O Plenário aprovou nesta quarta-feira (6) o Projeto de Lei 4787/12, do Executivo, que fixa os salários dos servidores, policiais civis e militares e empregados municipais e estaduais de Rondônia que optaram por fazer parte do quadro em extinção da União. A matéria deverá ser votada ainda pelo Senado. Poderão optar pela remuneração, no prazo de 90 dias após a publicação da futura lei, os servidores e militares estaduais admitidos até março de 1987; no caso dos municipais, a data de referência é dezembro de 1981. A possibilidade de opção pelo quadro da União foi estabelecida por uma emenda constitucional em 2009 (EC 60). Rondônia deixou de ser um território em 1981, mas somente em 1987 seu primeiro governador eleito tomou posse, data considerada como de efetiva instalação do estado.
Salários Os salários previstos no PL 4787/12 chegam, por exemplo, a R$ 19.699,82, referentes à remuneração dos delegados da Polícia Civil em final de carreira, a partir de janeiro de 2014. Para outras categorias, como do magistério superior, de policiais e bombeiros militares e do plano de cargos de outros servidores, o texto prevê reajuste também a partir de 2015. Para o Plano de Classificação de Cargos (PCC-RO) dos demais servidores civis, o projeto cria uma gratificação de desempenho, atribuída com base em um mínimo de 30 pontos e um máximo de 100 pontos. Os cargos de nível superior receberão de R$ 1.105,10 a R$ 3.717,00 no fim de carreira. Em contrapartida à opção, tanto os servidores quanto os empregados públicos de Rondônia terão de abrir mão de vantagens concedidas por decisão administrativa ou judicial, de natureza individual ou geral. Caso ocorra diminuição de salário, a diferença será paga como Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI), que será absorvida por ocasião do desenvolvimento na carreira ou de outros aumentos. Segundo o governo, o impacto orçamentário da medida será de R$ 988 milhões em 2014 e de R$ 1,08 bilhão de 2015 em diante.
Vínculo com Rondônia Os funcionários reenquadrados continuarão prestando serviço ao governo de Rondônia sem custo para o estado. Um decreto do Executivo vai regulamentar a forma de aproveitamento desses servidores e empregados em órgãos e entidades federais. Entretanto, o pagamento de horas extras e adicional noturno desses servidores ficará a cargo de Rondônia. O Executivo federal poderá delegar ao estado a responsabilidade pelos atos de gestão de pessoal, como promoção, movimentação e exoneração, mas estabelecerá anualmente um limite de aumento de despesas para esses atos.
Críticas e apoio O deputado Júlio Cesar (PSD-PI) foi o único parlamentar a falar contra o PL 4787/12. Segundo o deputado, o projeto não teria previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e vai beneficiar um estado que tem renda suficiente para se manter sem o reforço da União. "É muito bom governar um estado quando a União paga todos os seus servidores", criticou. Deputados de Rondônia, no entanto, disseram que a medida faz justiça aos servidores. "Não é privilégio, é um direito nosso", disse o deputado Moreira Mendes (PSD). Já a deputada Marinha Raupp (PMDB) disse que a aprovação do projeto vai dar um passo para diminuir as desigualdades regionais. Das galerias, servidores comemoraram a aprovação da proposta.
Íntegra da proposta: PL-4787/2012 Reportagem – Eduardo Piovesan e Carol Siqueira Edição – Pierre Triboli A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura '
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