Segundo dia do II Seminário tem palestra com Marcio Pochmann e Job Miranda
21/10/2017 21/10/2017 12:35 5 visualizações
Exposição sobre o trabalho e suas perspectivas frente o avanço tecnológico abre ciclo de palestras no II Seminário de Formação Sindical da Fenajud Os desafios do sindicalismo brasileiro, frente às novas realidades do mercado de trabalho, foi o tema que abriu o ciclo de palestras do II Seminário de Formação Sindical, da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), nesta sexta-feira (20/10). Marcio Pochmann, Doutor em Ciências do Trabalho e professor da Unicamp, falou sobre o futuro do trabalho, considerando a atual conjuntura, e apontou os desafios do sindicalismo na atualidade. Antes de abordar o tema principal, Pochmann fez um resgate histórico da evolução da exploração da mão de obra na geração de lucros para as empresas e de como os sindicatos, em seus primórdios, encaravam a luta de classe. Segundo o professor doutor, para nortear os próximos passos, os sindicalistas devem compreender que o trabalho passa por uma transformação irreversível por conta do avanço tecnológico. “A tecnologia faz parte do dia a dia dos trabalhadores. A entidade classista tem que compreender como essa influência atua na vida do trabalhador e, muitas vezes, tem que assimilar essa novidade, utilizando-a como um fator de aproximação entre sindicato e a categoria por ele representado”, comenta fazendo alusão aos novos meios de comunicação que, segundo ele, tem modificado inclusive a forma de absorção de conhecimento. Sobre o sindicalismo brasileiro, Pochmann fez considerações enfatizando os desafios, limitações e possibilidades, com foco nos aspectos organizacionais, econômicos e políticos. “Muitas pessoas não dão atenção às lutas de classe, o desafio é encontrar meios de se aproximar desse público e atraí-lo para perto do sindicato”, explicou, acrescentando que, estratégias existem e que elas devem ser estudadas e aplicadas no dia a dia. Pochmann usou como exemplo o ex-presidente norte-americano Bill Clinton que, segundo ele, durante a campanha presidencial, se aproximou dos eleitores que ‘não estavam nem aí pra ele’ de forma estratégica. “Tinha um público que gostava de pescar, então, em certa foto, Bill Clinton apareceu pescando. Ele ganhou o carisma de alguns, só porque estava fazendo algo que aqueles eleitores gostavam, a pesca”, exemplificou. Ao final da palestra, foi aberto espaço para perguntas e exposições sobre o tema abordado. O sindicalismo precisa ser revisto ou até reinventado, avalia Job Miranda, Diretor de Formação Sindical da Fenajud “Este sindicalismo do presente já não serve mais. Precisa ser repaginado ou mesmo reinventado”. Esta análise conclusiva foi o cerne da palestra proferida pelo diretor de Formação Sindical da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), Job Miranda, na sexta-feira (20/10), durante o II Seminário de Formação Sindical, em Porto Velho/RO. Segundo o sindicalista, esses novos tempos que se apresentam exigem que as entidades classistas façam uma profunda reflexão no sentido de reinventar o movimento sindical. “Precisamos de um grande seminário ou uma conferência nacional, envolvendo o sindicalismo brasileiro, para que seja tomado um novo caminho para a defesa dos direitos dos trabalhadores”. Sobre a formação sindical, Job Miranda acredita que muita coisa já vem sendo feita com sucesso, mas, segundo ele, ainda há muito em que avançar. “A formação tem que ser feita também por meio da divulgação e difusão de ideias, voltadas à formação de opinião, em mídias, em espaços de debates e deliberações do movimento sindical e mesmo da sociedade civil”, avalia. Em geral, diz ele, tudo que se faz ou se pratica no mundo sindical tem a ver com formação. “É que a formação perpassa em todos os espaços e lugares das atividades do sindicalismo. Em resumo, é um processo de ensino-aprendizagem teórico/prático”, acrescenta.